Voltar à página inicial

Página acrescentada em 06 de junho de 2025.
 
Nilza Campos Ruschel

Nascimento: 16/10/1911  -  Falecimento: ??/??/????

Nilza Campos Ruschel nasceu em Venâncio Aires (RS) em 16 de outubro de 1911. Seu nome de solteira era Nilza Pinto de Campos e foi filha de Amélia Pinto de Campos (nascida Ferreira Pinto - 1891-1958) e de Manoel Mariante de Campos (1872-1958).

Em 28 de dezembro de 1924 (aqui deve haver um engano, teria apenas 13 anos) casou-se com o médico Armando Ruschel, com quem teve duas filhas, Clary e Aida.
Armando era formado em Cirurgia e Clínica Ginecológica na Escola Medico Cirúrgica de Porto Alegra (RS), mas na década de 1930, transferiu-se para Venâncio Aires. Inicialmente trabalhou apenas em seu consultório, mas em 1939 foi nomeado diretor sanitário (atual diretor clínico) do Hospital São Sebastião Mártir, cargo em que permaneceu por 20 anos.

No início do século XX o Rio Grande do Sul transformou-se em um importante pólo do automobilismo nacional.
Na capital do estado, Porto Alegre (RS), surgiram muitos pilotos do automobilismo de rua na segunda metade dos anos 1920.
Nesta época, destacou-se a presença de Nilza Campos Ruschel, que iniciou sua carreira em 1938 (não consegui confirmação), e teve boa presença nas competições automobilísticas de 1938 até 1941. Foi a primeira mulher gaúcha a tornar-se piloto de automóvel, e durante quase uma década, a única a marcar presença no automobilismo de rua em Porto Alegre.

Montagem fotográfica com Nilza no centro - 1941	1941

Foi contemporânea e adversária dos maiores nomes do automobilismo gaúcho, como Norberto Jung, Júlio e Catharino Andreatta, Diogo Ellwanger, Dirceu Oliveira e Adalberto Moraes.

É possível que Nilza Ruschel tenha sido influenciada por Hellé Nice, piloto francesa que esteve no Brasil em 1936 para participar de competições automobilísticas no Rio de Janeiro (Circuito da Gávea), e em São Paulo (I Grande Prêmio Cidade de São Paulo). Hellé Nice é apontada como a pioneira entre as mulheres no automobilismo mundial de elite, tendo disputado mais de 70 corridas.

Localizei no livro "Automobilismo Gaúcho - Levantando Poeira" (Gilberto Menegaz) uma participação dela na prova "Circuito Cidade de Venâncio Aires" onde chegou em 2º lugar na prova de Força Livre, à frente do então jovem (quase 22 anos) estreante Julio Andreatta.

Consegui no mesmo livro e  também confirmei em outro livro: "Automobilismo no tempo das carreteras" (Paulo Roberto Renner & Luiz Fernando Andreatta)  Nilza participando, em 06 de março de 1941, do "Circuito da Charqueada", em Cachoeira do Sul, com uma barata Ford Modelo A conversível, número 20, de quatro cilindros.
Enfrentou carros mais potentes, como Ford V8, Mercury, La Salle e Oldsmobile. Depois de percorrer os 150 quilômetros da prova, conquistou um honroso quinto lugar, atrás de João Figueiredo, Iracy Freire, Mario Dornelles e do vencedor Norberto Jung.

Fotos da prova "Circuito da Charqueada", em Cachoeira do Sul (RS)
Nilza e sua "barata" Ford	Largada da prova Circuito da Charqueada	Nilza, carro 20 e Norberto Jung, carro 18

Três meses depois, em 29 de junho, no "Circuito do Cristal", em Porto Alegre, Nilza disputou a prova na categoria standard organizada pelo "Touring Club", pela "Associação Rio-grandense de Volantes" (Arvo) e pela "Folha da Tarde". O resultado financeiro da competição seria distribuído às vítimas da grande enchente que tinha inundado Porto Alegre meses antes.
Nessa prova Nilza levou um grande susto ao capotar seu Ford em uma curva na Cavalhada. Como nada sofreu conseguiu retornar à prova e ainda assim obteve um honroso 5º lugar. A prova foi vencida por José Maria Almeida com Ford.

Isso foi tudo que consegui levantar, se alguém puder colaborar eu e os leitores agradecerão.
 

  
VOLTAR AO TOPO DA PÁGINA
ou
Voltar à página inicial