Anos 60 Equipe Vemag

Paulistano, nascido no bairro do Pacaembu em 2 de dezembro de 1940, era filho de um comerciante e, por um período, trabalhou com o pai. Cedo, ainda estudante, estudou administração de empresas pela FGV, em 1964, começou a participar de rallyes de regularidade com seu carro, um DKW Vemag,
Roberto Bonotto Dal Pont, seu nome de batismo, logo passou para Roberto Dal Pont no meio automobilístico. até que em 1962 (com 21 anos) resolveu se inscrever, em dupla com o amigo Sérgio Micheloni, nas primeiras “12 Horas de Interlagos”, só para conhecer. Foi o suficiente, o vírus da velocidade o pegou, fez mais 3 provas, inclusive uma em Araraquara (SP) obtendo resultados razoáveis para um novato.

Ano seguinte formou com quatro amigos: Nilo de Barros Vinhaes, Sergio Micheloni , “Zé Peixinho” (José dos Santos Filho) e O'Hara (Flodoardo Arouca): a equipe “Tô-aí”, com dois carros, o seu e o de Nilo, para disputar a segunda edição da prova “12 Horas de Interlagos” (1963). Foram quatro pilotos se revezando ao volante dos dois carros, ambos DKW.
Mas antes, como equipe, participaram da prova “500 Milhas de Interlagos” (1962), em trio.
Continuou participando de provas e na “3Horas de Velocidade” seu desempenho mereceu uma nota nos jornais:
“A atuação do DKW nº 16, pilotado por Roberto Dal Pont, foi destacada, tendo o mesmo, até a 25ª volta oferecido resistência ao Willys  Interlagos 22 conduzido pelo volante Wilson Fittipaldi Jr.  que se mantinha na 3ª colocação.”

Até que em março de 1964 colocou três carburadores e se inscreveu no "GP Rogê Ferreira" na categoria Força Livre, peitando carreteras com o dobro de potência de seu DKW 1080cc., e não fosse uma quebra na suspensão teria chegado numa classificação melhor que o 4° Lugar conseguido.

Ainda em 64, venceu a prova "! Mil Quilômetros de Interlagos" em dupla com Eduardo Scuracchio, apesar de seu carro ter falhado na largada e largando em último portanto. Essa vitória mereceu um troféu especial vindo da Alemanha pois foi a primeira da marca em uma prova de longa duração.  Seu DKW não era oficial, era particular.
Recebeu indicação para o Prêmio Victor, da Revista 4 Rodas, como melhor piloto da Cat. Turismo Grupo 1, mas quem levou foi Bird Clemente.

Após essa prova, em 65, passou a correr pela "Equipe Vemag", onde correu por dois anos, até sua dissolução.
Para o "GP Rodovia do Café", Curitiba-Apucarana-Curitiba, (15/08/1965) a Vemag levou três Malzonis: Marinho, Lameirão e Scuracchio, além de Belcar's para Roberto Dal Pont (o de nº 34) e Anisio Campos.

Também correu a “VIII Milhas Brasileiras” de 1965 com o protótipo "DKW Vinhaes", conhecido nas arquibancadas como o "DKW Pé-na-Bunda" pois tinha a traseira cortada.

Na “III 24 Horas de Interlagos” (1966) tem uma nota no “Jornal do Brasil( RJ) lamentando:
“...O carro de Scurachio e Dal Pont chegou a aparecer bem durante a neblina, quando Roberto Dal Pont o conduziu de forma excelente. Inexplicavelmente, entretanto, Jorge Lettry deixou que Eduardo Scurachio, que fazia mais de um minuto por volta, que seu companheiro dirigisse três horas seguidas, o que fez que a dupla se atrasasse bastante...”

IV Etapa Camp. Paulista – 12/06/1966	Anos e anos passados Norman Casari e Dal Pont	III 24 Horas de 1966 (28 e 29/05/1966)

Desfeita a equipe Vemag, seus integrantes montaram a "Equipe Brasil" e por essa equipe correu apenas uma prova, pois a equipe durou apenas duas provas.

Com essa equipe os pilotos tiveram que arcar com as despesas de combustíveis, pneus, alimentação, etc..., a Vemag cedeu carros, material e apoio logístico, além de um chefe de equipe, o braço direito de Jorge Lettry, Miguel Crispim Ladeira,
A Equipe Brasil inscreveu cinco carros para a corrida, 3 Malzoni e 2 carreteras. Dal Pont, ficou com a carretera nº 11 (de teto baixo) em parceria com Pedro Victor De Lamare, embora não tenham terminado em posições de topo.

Fez duas provas com a carretera "Mickey Mouse" do "Volante 13" (Flodoardo Arouca), que a havia comprado da extinta "Equipe Brasil", uma em Interlagos "IX Mil Milhas Brasileiras" em 1967e a outra "II Mil Quilômetros da Guanabara", 1968, em Jacarepaguá (RJ).

Ele era conhecido por seu estilo limpo de pilotagem, especialmente em condições de chuva, e era descrito como um "gentleman" das pistas, alto e grandalhão (o que o fazia sofrer para caber em carros pequenos como o DKW). Sua carreira reflete o espírito do automobilismo brasileiro da época, com ênfase em provas de endurance e veículos nacionais
Depois da prova “Mil Quilômetros da Guanabara” em 1968 ele deu uma parada (não sei o motivo) e retornou em 1970 correndo com Ford Corcel em parceria com José Augusto Gontijo duas provas longas.
Em seguida passou a correr com os BMW da "Equipe CEBEM" de Agnaldo de Araujo Goes Filho, mas fechou o ano de 1970 correndo o “Torneio Ford Corcel,” uma prova em Interlagos e a outra em Jacarepaguá, abandonou as duas.

Logo após o “Torneio Ford Corcel” ele fez parceria com Jan Balder pra correr a a ‘V 12 Horas de Interlagos”, com o BMW 2002 TI, abandonaram.
“- Tive a honra de fazer dupla com ele em uma “12 Horas de Interlagos” (1971) quando dividimos um BMW 2002. Pilotava limpo e na chuva era um demônio, ótimo bota.” Jan Balder

Correu com a ex-dupla da Simca: Jayme Silva e José Fernando Lopes Martins (o “Tôco”) a “I 25 Horas de Interlagos” (SP) em 25 e 26/08/1973, com um carro Dodge Charger de nº 1, mas não foram felizes, abandonaram por quebra.
Depois só voltou a correr em 74 na segunda edição dessa mesma prova, uma folga de um ano, mas com um Ford Maverick V8 tendo como parceiros, Luiz Landi/Dante de Camillo. Abandonaram de novo.

No segundo semestre de 1974 passou a correr com um carro da Divisão 1 abaixo de 3.0, Dodge 1800, e logo em agosto venceu a prova “Itacolomy 500 Quilômetros de Interlagos” em parceria com Dante de Camilo num Dodge 1800 de n° 76.

Correu com Dodge (Charger e 1800) e também com Ford Maverick da equipe de Chico e Luiz Landi, até 1977 quando parou de correr. Essa interrupção durou cinco anos, até ser convidado a participar das “Mil Milhas” de 83 e 84 pela "Equipe JoBi" dos irmãos Spinelli.
Uma das equipes mais fortes da Stock Car no início dos anos 80 era a Jobi, de propriedade dos irmãos Walter e Waltemir, também pilotos. apelidados de "Marechal" e "Bolão"

Após essas duas provas encerrou definitivamente sua carreira.
Formado em Administração de Empresas, profissionalmente sempre trabalhou nessa área, automobilismo era praticado apenas por prazer, nunca exerceu atividade nenhuma ligada aos automóveis ou ao automobilismo.

Roberto Dal Pont faleceu em 05/03/2009, aos 68 anos e 3 meses, de um aneurisma na aorta.
Deixou viúva, Dna. Helena, um filho também chamado Roberto Dal Pont, que seguiu carreira como piloto, e uma neta.